Movimento ELT em ALERTA

O Movimento ELT em ALERTA surge como resposta as atitudes arbitrárias da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Santo André que comprometeram o andamento do projeto da Escola Livre de Teatro.

O Movimento ELT em ALERTA surgiu a fim de lutar pelo projeto e pela pedagogia da escola. O Movimento mobilizou o Brasil, tendo apoio de diversos artistas e grupos teatrais.

Para maiores informações sobre o histórico do Movimento veja a seguir:


HISTÓRICO DE ‘DIÁLOGO’


Boas Vindas ao Novo Governo:

Aos 28 de novembro de 2008, os artistas da cidade de Santo André reuniram-se num ato histórico para garantir a continuidade dos projetos culturais da cidade, bem como assegurar o compromisso do novo prefeito eleito com os mesmos.
A noite foi linda, com a participação de mestres e aprendizes da Escola Livre de Teatro, Escola Livre de Dança, Escola Livre de Cinema e Vídeo, Escola Livre de Literatura, Casa da Palavra, EMIA, grupos de teatro e artistas locais.
Houve apresentações artísticas dos aprendizes, além da leitura da carta escrita coletivamente para ser encaminhada ao novo prefeito, Dr. Aidan, que não compareceu ao ato. Quem esteve presente foi o vereador eleito Gilberto do Primavera e a acessoria do Dr. Aidan.


Carta entregue a Sra. Eliana, escrita pelo coletivo de Mestres:
Uma Carta escrita pelo coletivo de Mestres da ELT foi entregue a Sra. Eliana, contextualizando-a sobre o pensamento pedagógico da Escola e alertando-a sobre as necessidades a serem supridas pela atual gestão.


Assembléia com Eliana Gonçalves:
Aos 29 de janeiro de 2009, após a chegada da funcionária Eliana Gonçalves à Escola Livre de Teatro, convocamos uma Assembléia para acolher a recém-chegada e falar do Projeto Artístico Pedagógico da Escola Livre de Teatro.


Assembléia com Edson Salvo Melo:
Aos 03 de fevereiro de 2009, quando os cargos das secretarias do governo foram divulgados, convocamos uma Assembléia com Edson Salvo Melo, onde participaram todas as Escolas Livres e a EMIA. O intuito da Assembléia foi abrir diálogo com a chegada do novo governo e conversar sobre os planos de cultura para a cidade. O Secretário afirmou nesta Assembléia, publicamente, registrado em Ata e áudio, que caso ocorressem mudanças, seriam dialogadas com a Comunidade.

Campo Minado – O gigante nos trata como brinquedo:
Entre fevereiro e setembro de 2009 a Escola Livre vive um momento de mudanças abruptas em seu funcionamento. Um clima de hostilidade se instaura e todas as tentativas de diálogo, para resolver tal situação, não se concretizam. Em setembro, houve a demissão de nosso Coordenador Pedagógico, que veio a ser a atitude derradeira destas tantas que já estavam acontecendo.

Demissão do Coordenador Pedagógico da Escola Livre de Teatro:
No dia 08 de setembro de 2010, o Coordenador Pedagógico da ELT, Edgar Castro, foi demitido arbitrariamente sem que fosse dada qualquer justificativa à Comunidade de Mestres , Aprendizes e Funcionários da Escola.
Neste mesmo dia a Comunidade se mobilizou instaurando Assembléia Permanente, na qual desenvolveu-se um Manifesto que, na mesma noite, foi lido publicamente em uma atividade do ENCASA.

Reunião com Secretaria de Cultura e vereadores – Ato Público:
Na sexta-feira de realização do Ato Público, 11 de setembro de 2009, o Secretário Edson Salvo Melo, o Secretário-Adjunto Fábio Pannunzio, o Diretor de Cultura Pedro Botaro e os vereadores, Gilberto Watchler, Tiago Nogueira, Claudio Malatesta e Bahia, estiveram presentes na Escola Livre de Teatro para apurar o caso, após afastamento do Mestre e Coordenador Edgar Castro.
O Ato Público, neste mesmo dia, foi pacífico, onde a Comunidade da Escola Livre de Teatro, com o apoio das outras Escolas Livres, grupos, artistas e grandes personalidades do teatro, mostraram muita alegria e arte. Neste Ato a Comunidade entregou uma Carta ao Sr. Edson Salvo Melo.


Reunião com Secretaria de Cultura, no Prédio da Secretaria:
Aos 14 de setembro de 2009, houve reunião da Comissão ELT na secretaria de cultura com o Sr. Edson Salvo Melo, Sr. Pedro Botaro, o Secretário Adjunto Sr. Fábio Pannunzio e a Sra. Eliana Gonçalves.
- O Sr. Edson Salvo Melo afirma que concorda com todos os pontos da carta entregue no ato do dia 11, e que as atitudes da Sra. Eliana Gonçalves seriam corrigidas. No entanto, seria necessário que Edgar Castro fosse afastado tanto da coordenação pedagógica como do quadro de mestres da escola.
- Solicitamos uma justificativa relativa ao afastamento de Edgar das suas duas funções, ao que nos foi respondido que “seu nome estava inviabilizado no governo.”
- A Comunidade ELT mantém a posição quanto à reintegração de Edgar como coordenador e como mestre.
- A Sra. Eliana Gonçalves diz que vai repensar sua permanência na escola.
- O Sr. Edson Salvo Melo admite que a permanência de Eliana e de Edgar na escola passa por “instâncias maiores” e que não pode, de imediato, dar uma resposta.
- A Comunidade ELT solicita uma resposta às nossas solicitações por carta, que incluísse uma justificativa do afastamento de Edgar Castro de suas funções.

Reunião com o Diretor de Cultura, no Prédio da Secretaria:
Aos 16 de setembro de 2009, estiveram presentes o Diretor de Cultura Pedro Botaro, sua assistente, Silvana, e a Comissão de Mestres e Aprendizes da ELT para obter resposta sobre o caso da Escola.
- A secretaria de cultura mantém suas posições.
- A carta-resposta do Sr. Edson Salvo Melo, acordada na reunião da segunda-feira, estaria sob análise na Secretaria de Comunicação e não poderia ser entregue.
- Solicitamos novamente, através de carta protocolada na própria secretaria, que fosse apresentada uma justificativa relativa ao afastamento de Edgar Castro.

Escola Livre de Teatro na Tribuna Livre da Câmara Municipal:
Aos 17 de setembro de 2009, a Escola Livre de Teatro esteve mobilizada na Sessão da Câmara Municipal de Santo André, usando o espaço da Tribuna Livre. Então, os vereadores encaminharam a formação de uma Comissão de vereadores interessados a resolver o caso, composta por Marcelo Chehade, Tiago Nogueira, Gilberto Watchtler, Bahia, Donizeti Pereira, Claudio Malatesta e Pinheirinho.

Carta-Reposta da Secretaria de Cultura, Esportes e Lazer:
Através de contato da Folha de São Paulo com a Comunidade ELT, tomamos conhecimento de que a carta solicitada, aos 14 de setembro de 2009, em reunião com a Secretaria de Cultura, havia sido enviada diretamente à imprensa. A prefeitura não nos enviou uma cópia ou nos informou que havia mandado uma resposta aos jornais, apesar das nossas solicitações diárias desta mesma.

Informe da Cooperativa Paulista de Teatro:
Aos 18 de setembro de 2009, a Cooperativa Paulista de Teatro informa à Comunidade que recebera um ofício da secretaria exigindo o afastamento de Edgar Castro da coordenação pedagógica e do quadro de mestres da ELT.

Organização da Mostra ELT em ALERTA!:
Os aprendizes da Escola Livre de Teatro organizam uma Ocupação Artística em prol da Manutenção do Projeto Pedagógico da Escola. O evento foi organizado para acontecer de 21 a 25 de setembro, com diversas apresentações gratuitas de música, teatro e dança, além de mesas de debates.
A comunidade convidou a todos os cidadãos e cidadãs a participarem da Semana ELT em Alerta, uma mostra que refletiu a diversidade estética e a profundidade ética que regem a práxis da Escola.

Informe da Cooperativa e Reunião com Comissão de Vereadores:
Aos 21 de setembro de 2009, a Cooperativa recebe novamente um ofício da secretaria pedindo o afastamento imediato de Edgar Castro da Escola. Até o fim da tarde do mesmo dia, outro ofício seria mandado.
No mesmo dia, ocorreu a reunião da Comissão ELT com o Sr. Edson Salvo Melo e o Sr. Pedro Botaro mediada pela Comissão de Vereadores (Sr. Marcelo Chehade, Sr. Cláudio Malatesta, Sr. Bahia, Sr. Donizeti Pereira, Sr. Tiago Nogueira e representantes do Sr. Gilberto Wachtler do Primavera).
- A secretaria diz que cederia quanto à indicação de um novo coordenador pedagógico para a escola. No entanto, pelo contrato com a Cooperativa Paulista de Teatro, esta atribuição nunca foi da prefeitura.
- A secretaria mantém a sua posição quanto à saída de Edgar Castro da coordenação pedagógica, com a justificativa de que “não houve afinidade entre ele e a coordenadora administrativa”.
- A Comissão pede a suspensão do pedido de afastamento de Edgar do quadro de mestres feito à Cooperativa, através de 3 ofícios enviados pela secretaria desde a sexta-feira, dia 18 de setembro de 2009.
- A secretaria exige que a Mostra ELT em Alerta aconteça mediante um pedido oficial à Secretaria
- A Secretaria afirma que repensaria a permanência de Edgar Castro como mestre da escola.
- A Comunidade ELT afirma que repensaria a permanência da Sra. Eliana Gonçalves na escola.

Primeiro dia da Semana ELT em ALERTA!:
Em 21 de setembro de 2009 deu-se início a Ocupação Artística promovida pelos aprendizes da ELT. Este dia contou com apresentação de O Santo Guerreiro e o Herói Desajustado da Cia. São Jorge de Variedades.

Segundo dia da Semana ELT em ALERTA!:
A Escola Recebeu cenas do Espetáculo A Dobra, da Cia do Nó, Lênin pelo Núcleo Zona Autônoma, Sobre Terror e Miséria no Novo Mundo, pela Cia Antropofágica, Ato Único, pela Cia. Veraluz e apresentação do músico Heitor Branquinho, Um Branquinho e um Violão, com participação de Hugo Branquinho.

Terceiro dia da Semana ELT em ALERTA!:
O dia foi cheio, com workshop, apresentações e até mesa de debates. Passaram pela escola: Tica Lemos, da Cia Nova Dança 4, proporcionando uma vivência corporal e uma Jam Session; Teatro de Rocokóz, com Um Show de Variedades Palhacísticas; Cia Prosa dos Ventos, com Ciranda das Flores; Brava Companhia, com A Brava; além de: apresentação de Thiago Antunes com perfomance de Dança Indiana; intervenção musical do cantor Rubi e mesa de debate com Chiquinho Medeiros e Luis Alberto de Abreu, com o tema “O projeto artísitoc-pedagógico da Escola Livre de Teatro”.

Quarto dia da Semana ELT em ALERTA!:
Centenas de pessoas já haviam passado pela ELT nestes dias de mostra para apoiar a manutenção do projeto-artístico pedagógico que aquela comunidade vinha defendendo. Naquele dia se apresentaram na escola Cia dos Inventivos, Marcelino Freire, Cia. Buraco D’Oráculo, Viviane Palandi, Teatro Sustentável com Ponto de Cultura de Diadema e Formação 10 da Escola Livre de Teatro, com o espetáculo Nekrópolis, vencedor de 4 prêmios do FRENTEPIRA.

Quinto dia da Semana ELT em ALERTA!:
No último dia da Semana passaram pela Escola Grupo Teatral Parlendas, Trupe Artemanha, Cia da Matilde, El outro Núcleo de Teatro, Teatro de Rocokóz e Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, com o espetáculo premiado Cindy Hip Hop.
Mais de 2000 pessoa passaram pela Escola nesta semana, demonstrando total apoio a Comunidade.

Resposta através do Gabinete do Líder de Governo:
Aos 28 de setembro, através do líder da base governista no Legislativo, Dr. Marcelo Chehad, a secretaria informa à Comunidade ELT que mantém sua posição quanto à permanência da Sra. Eliana e que Edgar Castro poderia permanecer como mestre da Escola.

Reunião com Comissão de Vereadores, Secretaria de Cultura e Comissão ELT – Tribuna Livre:
Ao 1 de outubro de 2009, ocorreu a reunião na Câmara Municipal de Santo André, com a presença da Comissão da ELT, Comissão de Vereadores (Dr. Marcelo Chehade, Cláudio Malatesta, Donizeti Pereira e representantes de Gilberto Wachtler) e a Secretaria de Cultura.
- Secretaria mantém a posição de permanência da funcionária Eliana Gonçalves. E a Comunidade da ELT, como já havia se colocado antes, abre espaço para dialogar com a Secretaria sobre tal afirmação.
- Secretaria coloca a afirmação de que Edgar Castro voltará para o corpo docente da ELT, como Mestre.
- Secretaria e Comissão dialogam sobre a escolha do novo Coordenador da ELT, juntamente com um período de transição.
- Secretaria concorda na recolocação do espaço modificado da ELT. Principalmente, sobre a recolocação da Sala de Mestres, espaço de trabalho de reuniões do corpo docente, que foi transformada em sala pessoal da funcionária Eliana Gonçalves. Secretaria afirma o acordo de que esta recolocação do espaço seria feira até a próxima segunda-feira, 6 de outubro de 2009.
- Comissão de Vereadores e Comissão ELT, pedem a OFICIALIZAÇÃO das atuais deliberações.
- A Comissão ELT entrega dois documentos para os Vereadores e para a Secretaria: 1. Um Breve Histórico da ELT (atualizado até dia 30 de setembro de 2009) e 2. Documento de estudo das funções pedagógicas e administrativas.
- A Comissão ELT aguarda a Secretaria se manifestar quanto ao Documento para dialogarmos sobre tal proposta já encaminhada.
Neste mesmo dia, a Comunidade da Escola Livre se manifestou no espaço de fala da Câmara Municipal de Santo André, a Tribuna Livre.

Aprendizes vão conversar na Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer:
Aos 5 de outubro de 2009, sem resposta do documento entregue, aos 1 de outubro, e sobre recolocação dos espaços de trabalho da ELT, aprendizes vão até a Secretaria de Cultura, a fim de conversar com o Sr. Edson Salvo Melo. O Sr. Edson não pode atender os aprendizes, pois estava em reunião, mas Fábio Pannunzio, Secretário Adjunto, conversou com os aprendizes afirmando que irá na Escola Livre de Teatro até quarta-feira, 6 de outubro de 2009, para conhecer a Escola e realizar a mudança dos espaços.

Corujas de olhos bem abertos – Intervenção na Câmara Municipal de Santo André:
Em 8 de outubro, aprendizes da ELT usaram novamente o espaço da Tribuna Livre na Câmara Municipal de Santo André para uma fala em prol do projeto artístico-pedagógico da escola e para uma pequena intervenção poética: a Câmara de vereadores ficou cheia de dezenas de corujas que estavam (e ainda estão) de olhos bem abertos.

Nova coordenadora pedagógica homologada pela comunidade ELT:
A comunidade da ELT, composta por aprendizes, mestres e funcionários, aos 01 de novembro de 2009, homologa oficialmente sua nova Coordenadora Pedagógica, Juliana Monteiro, que é mestre da Escola desde 2002.

Possível corte de verba da Escola Livre de Teatro:
Uma diminuição de verba na Cultura traz possibilidades da Escola Livre de Teatro ter verba cortada. Aprendizes da Escola se mobilizam ao chefe de gabinete do governo e conseguem garantir a verba da Escola para 2010.

Escola Livre é homenageada pelo Governo do Estado:
No dia 25 de novembro a Escola Livre de Teatro, representada por nossa coordenadora Juliana Monteiro, foi homenageada, na abertura da SP Escola de Teatro, pelo governado do Estado, representado pelo vice-governador, Alberto Goldman, e o Secretário de Cultura, João Sayad, que exerciam mandato na época.

Carta Pública de Agradecimento:
Em 01 de dezembro é enviada uma carta de agradecimento a todos que apoiaram o movimento.

Mostra de Processos da Escola Livre de Teatro:
De 4 a 16 de dezembro ocorreu a Mostra de Processos da ELT que acontece duas vezes ao ano.


Participação Especial da Escola Livre na Conferência:
Escola Livre foi convidada para uma Participação Especial, no dia 7 de dezembro, na Conferência Municipal de Cidadania e Direitos Humanos. O Núcleo de Teatro de Rua apresentou na Câmara Municipal parte do espetáculo DeSolados.

Contratação de Mestres garantida para 2010:
A contratação dos Mestres que estava incerta para o ano de 2010 foi garantida pela palavra do Diretos de Cultura, Pedro Botaro, em reunião, aos 11 de dezembro, para tratar do assunto.

Os novos frutos - Processo Seletivo 2010:
A partir de 4 de janeiro de 2010 foi aberto as inscrições para o Processo Seletivo da ELT.

ELT e a Cidade:
Foi lançado um novo projeto da escola, que teve sua primeira atividade em abril de 2010. ELT e a Cidade é um projeto com intuito de aproximar ainda mais os munícipes e de fomentar a formação de público oferecendo atividades específicas das artes cênicas a quem tiver interesse.

Caderno de 20 anos da Escola?:
Os cadernos produzidos pela Escola e publicados pela prefeitura, e que desde 2007 não teve mais nenhuma publicação, iriam ser substituídos por um grande Caderno de 20 anos da Escola – e que até o presente momento, também não foi publicado.

Contratação de Mestres realmente efetuada:
Em 18 de maio é que a efetivação do contrato de mestres da Escola foi efetuada. Permitindo, assim, em partes, a continuidade do projeto.

Viva! 20 anos de Escola Livre de Teatro:
A Escola Livre chegou sã e salva aos seus 20 anos. Para isso os aprendizes organizaram uma comemoração, no dia 28 de junho de 2010. Houve cortejo pelas ruas do bairro de Santa Terezinha, um grande bolo e a leitura de uma Carta especial para esta data.

Processos Compartilhados da ELT:
A ELT abre as portas para mais compartilhamento de processos. Aprendizes de diversos Núcleos se apresentaram de 5 a 16 de julho. E, devido aos 20 anos da Escola, fez-se uma apresentação especial: um grande show com músicas de vários espetáculos que foram frutos da ELT.

Trabalho de formiguinha:
A Escola Livre de Teatro que teve espaços internos de seu funcionamento transformados, sem nenhum tipo de diálogo, vive um não funcionamento desses espaços. A biblioteca e a Sala de figurinos estão inviabilizados, por questões como falta de material para acabamento ou falta de logística.
Assim, aprendizes da ELT retomam um trabalho de Comissões para tentar viabilizar o uso desses materiais. A Sala de Figurinos está sendo arrumada pelos aprendizes, que tentam quebrar a má logística que lhe foi dada e empregar uma nova.

Em aLerTa?
O movimento ELT em ALERTA completa um ano, em 8 de setembro de 2010!

1. BREVE HISTÓRICO SOBRE A ESCOLA LIVRE DE TEATRO

O nome Escola Livre de Teatro já estava escolhido antes mesmo que o projeto estivesse estruturado no papel. Constava do programa político do então candidato a prefeito Celso Daniel e provinha de uma idéia do diretor de cultura, Celso Frateschi, segundo a qual a meta deveria ser “o embasamento, algo que permitisse passar para a comunidade os instrumentos necessários para se fazer teatro”. Neste sentido, a palavra “livre” parecia o elo essencial que uniria dois conceitos tão complexos e muitas vezes de difícil conjunção: o de escola (a práxis do ensino) e teatro (uma práxis da arte).

A opção por uma escola de teatro atendia a uma reivindicação dos núcleos de artistas da região. Ao mesmo tempo ia ao encontro da forte tradição que a cidade possui na área desde fins da década de sessenta. Em Santo André surgiram grandes nomes do teatro nacional, entre eles atores, diretores, dramaturgos e um grupo, de solidez e renome, que marcou época na década de setenta, o GTC (Grupo de Teatro da Cidade).

A idéia de uma escola ganhava concretude na medida em que isso representava não um produto artístico acabado, mas o potencial para a realização de uma produção cultural independente. Um ponto de acordo com a velha sentença: “não dê o peixe, ensine a pescar.”

Na primeira semana de maio de 1990 os jornais da cidade anunciavam: “Santo André cria escola de teatro.” A notícia havia sido dada durante a apresentação da peça Quase primeiro de abril, em cujo processo de criação se reuniram mais de duzentas pessoas discutindo teatro por três meses.

A sorte estava lançada. Para estruturar e dirigir o empreendimento foi convidada a pesquisadora e diretora de teatro Maria Thais Lima Santos, que em pouco tempo, e intensa atividade, formulou a proposta da Escola Livre de Teatro.


2. CARTA ENTREGUE PELO COLEGIADO DE PROFESSORES DA ESCOLA LIVRE À FUNCIONÁRIA ELIANA GONÇALVES - REPRESENTANTE DA NOVA ADMINISTRAÇÃO - QUANDO DE SUA CHEGADA, EM JANEIRO DE 2009



Dos Mestres da Escola Livre de Teatro



Para: Eliana Gonçalves



Cara Eliana,



Antes de tudo, seja bem vinda à Comunidade ELT.



Diante do vosso pedido para que nós, mestres, apresentássemos individualmente nossas demandas a respeito da Escola, decidimos por um outro caminho. Em acordo com a uma prática mais usual entre nós, que responde a alguns princípios importantes do projeto pedagógico, apresentaremos o solicitado coletivamente. Entendemos que se trata de uma avaliação e de expectativas comuns a todos, já que o projeto vem sendo pensado e praticado “parceiramente”.



Junto a isso, ainda que provavelmente você já tenha conhecimento sobre alguns dos apontamentos que seguem, faremos uma breve apresentação da Escola e apresentaremos alguns dos propósitos pedagógicos que vêm sendo exercitados no calor das contradições e nas nossas trocas diárias. Por fim, elencaremos as atividades programadas até aqui, para este semestre, e as demandas solicitadas. O apresentado vai hora em texto “corrido”, hora em citações e trechos de falas dos próprios mestres, colhidas dos nossos Fóruns internos e reuniões. Julgamos que assim o documento pode respirar um pouco da vitalidade que está por trás destas palavras.



Como surgiu e o que é a Escola Livre de Teatro? Breve Histórico, aos saltos



Escolas Mortas bóiam na doutrina
Peter Brook



A Escola Livre de Teatro foi criada em 1990 pela prefeitura de Santo André e é uma escola pública gerenciada pela Secretaria da Cultura, Esporte e Lazer do município.



O objetivo fundamental era muito simples: construir “o embasamento, algo que permitisse passar para a comunidade os instrumentos necessários para se fazer teatro”. Neste sentido, a palavra “livre” parecia o elo essencial que uniria dois conceitos tão complexos e muitas vezes de difícil conjunção: o de escola (a práxis do ensino) e teatro (uma práxis da arte).



A opção por uma escola de teatro atendia a uma reivindicação dos núcleos de artistas da região. Ao mesmo tempo ia ao de encontro da forte tradição que a cidade possui na área desde fins da década de sessenta. Em Santo André surgiram grandes nomes do teatro nacional, muitos diretores passaram por aqui e um grupo de solidez e renome marcou época na década de setenta, o GTC.



No texto do “Projeto Piloto” havia apenas alguns dos princípios que deveriam nortear a futura escola. Nada de organogramas detalhados ou conteúdos programáticos de cursos. Na introdução podia-se ler: “Necessitamos criar novas opções de centros facilitadores, onde as pessoas interessadas na pesquisa de linguagem teatral disponham de um espaço onde o ofício possa ser estudado e aprofundado”.



Basicamente, são duas as espécies de escolas teatrais encontráveis no Brasil: ou adotam o modelo acadêmico clássico, que equilibra formação teórica e prática segundo uma perspectiva mais histórica do que estética e mais passiva que ativa, onde os professores muito frequentemente não mais exercem atividades artísticas, ou têm como objetivo apenas fornecer certificados profissionais e fabricar atores descartáveis, conquistados com a ilusão do trabalho na televisão.



O intuito básico da proposta da Escola Livre era desde o princípio - e mantém-se assim até hoje -, conseguir a mobilidade de uma oficina cultural sem perder de vista a perspectiva formacional do aluno. Cuidar de seu crescimento artístico e instrumentalizá-lo em termos de conhecimento teatral sem amarrá-lo a obrigações curriculares pré-fixadas.



A palavra “livre” do nome foi sempre invocada e reafirmada. A escola é em primeiro lugar um espaço de formação do indivíduo. A dimensão humana caminha passo a passo a dimensão profissional. Para isso tornar-se realidade, foi preciso desvincular-se das exigências curriculares do Ministério da Educação e desobrigar-se de conferir diplomas profissionais. Desde o início a ELT afastava-se cada vez mais dos padrões normais de ensino teatral e se lançava na busca da experimentação. 1



Quase 20 anos...



Foi assim que nestes quase 20 anos, ainda que a Escola tenha crescido muito estruturalmente e acrescentado novas variantes ao seu plano pedagógico – o que era de se esperar de um centro artístico em movimento - a ELT consolidou-se como projeto de referência nacional na área da formação artística. Isso por força dos mestres, aprendizes e funcionários que construíram a paisagem humana do espaço que abraça o Teatro Conchita de Moraes e a história de um centro gerador de grandes encontros e de idéias para o teatro.



Foi na ELT, por exemplo, que consolidou-se, entre outras, a parceria entre o dramaturgo Luis Alberto de Abreu e o encenador Antônio Araújo, da qual surgiu um dos espetáculos mais importantes dos anos 90: O Livro de Jó. Foi lá que pela primeira vez teorizou-se sobre uma prática hoje amplamente difundida no teatro paulista, o “processo colaborativo”, que já vinha sendo exercitado com as turmas de aprendizes na Escola e que teve registro – já reconhecido publicamente pela imprensa como precursor do debate - publicado nos “Cadernos da ELT”.



Foi na ELT que uma geração de então jovens artistas, hoje lideranças no meio teatral, e outros mestres mais experimentados puderam e podem “aprender a ensinar” a arte do teatro, ao mesmo tempo em que amadurecem a sua própria arte. Não à toa, a ELT tornou-se referência para outros projetos importantes de formação teatral, Brasil afora, como o Galpão Cine-Horto, do grupo Galpão, de Minas (http://www.galpaocinehorto.com.br/) e a Escola Livre de teatro de Florianópolis (http://www.escolalivredeflorianopolis.blogspot.com/).



Alguns princípios da prática pedagógica



Não era, portanto, a ciência do mestre que os alunos aprendiam. Ele havia sido mestre por força da ordem que mergulhara os alunos em um círculo de onde eles podiam sair sozinhos...



(Jacques Ranciére, O mestre ignorante)



Do mestre



O aprendizado da arte só pode se dar na própria arte. Por isso os professores da ELT (aqui chamados “mestres”, por lembrar o antigo aprendizado de ofício) são todos artistas e/ou pesquisadores do teatro com algum tipo de inquietação e lugar no panorama teatral. O fundamental, antes da formação como professor, é que este artista tenha a vocação e o desejo de compartilhar a sua prática e a sua pesquisa estética. Existem excelentes pedagogos com interesse no teatro, mas não existem mestres sem o conhecimento do seu ofício. É preferível um mestre que venha a se formar como pedagogo na prática viva a um pedagogo sem os instrumentos da expressão teatral.



Do Aprendiz



O aprendiz da Escola Livre é selecionado em processo público, já que a Escola não comporta toda a demanda a ela dirigida - e a ele são oferecidas muitas possibilidades formativas e muitas exigências também.



A Escola oferece um campo amplo de estudos, que vão da formação do ator (de curso mais longo) ao teatro de rua, passando por outros núcleos práticos e teórico-práticos (Circo, Máscara, Direção, História do teatro, Teatro-laboratório, Pedagogia, Estudos do teatro contemporâneo).



O aprendiz tem a seu favor o princípio de Autonomia, Paulo-freireano, que vem sendo experimentado e amadurecido. Por um lado há o propósito de estimular o exercício consciente da estética nas bases de uma criação e de um relacionamento éticos. Por outro esse pressuposto não dispensa o fato de que a Autonomia não é delegada, é uma conquista que se alcança com empenho próprio e compromisso em relação às tarefas coletivas.



Como a Escola não tem um modelo tradicional de avaliação (por testes e instrumentos de aferição quantitativa do conhecimento), o fundamental é que o aprendiz esteja efetivamente comprometido aos processos. O excesso de faltas, portanto, é fator fundamental para o desligamento. Mais que a expressão do talento – sempre bem vindo, mas não regente dos processos – é a aderência verdadeira ao dia a dia da Escola o que conta.



Da relação mestre - aprendiz e do processo de formação



O processo formativo, nos tem ensinado a prática, deve se dar em uma relação menos vertical que a do ensino formal. Ou seja: resguardado e respeitado o repertório e a função mediadora que o mestre traz consigo (sua visão sobre o mundo e sobre o fazer teatral, sua bagagem artística acumulada pela Experiência e sua responsabilidade em conduzir a formação), o aprendizado deve partir do pressuposto que a certo ponto do processo mestre e aprendizes igualam-se na posição de pesquisadores, de prospectores da arte, na construção de um algo novo, uma Experiência nova, que não está dada. Essa operação não é fácil nem pacífica, mas é uma tentativa de deixar em aberto para ambos, mestres e aprendizes, a difícil e prazerosa tarefa da criação verdadeira.



Dos princípios de autonomia, liberdade e autoridade (em depoimentos)



“O grande problema que se coloca ao educador ou à educadora de opção democrática é como trabalhar no sentido de fazer possível que a necessidade do limite seja assumida eticamente pela liberdade. Quanto mais criticamente a liberdade assuma o limite necessário tanto mais autoridade tem ela, eticamente falando, para continuar lutando em seu nome. (...) Ninguém é autônomo primeiro para depois decidir. A autonomia vai se constituindo na experiência de várias, inúmeras decisões, que vão sendo tomadas.(...) . É neste sentido que uma pedagogia da autonomia tem de estar centrada em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, vale dizer, em experiências respeitosas da liberdade”. 2



“É preciso construir o conceito de autonomia. Poder “dizer em seu próprio nome” faz com que o sujeito precise elaborar-se, conhecer-se, ter repertório pra dizer em seu próprio nome. Muitas vezes a gente escuta um discurso retórico sobre autonomia, e que na verdade não se sustenta diante de duas ou três discussões (...) Eu lido muito com esta idéia, de que a autonomia também pode ser uma falácia quando ela também é nosso desejo. Falácia é uma fala sem raiz, é uma fala mentirosa, uma fala por si mesma, uma fala vazia. Falar em nome da autonomia, embora seja o nosso desejo, se a gente não constitui um alicerce pra ela, concreto, ela pode ser uma palavra ao vento”3.



“A gente só pode criar a partir de limites muito concretos. Às vezes parece contraditório dizer que você precisa de limites para poder criar, só que é o limite que te leva à liberdade. Porque a partir de um limite é que você tem um desenho para poder ultrapassar, para poder se superar, de uma certa forma.”4



“Eu achava que estimulando e falando do assunto seria suficiente e não foi. O que aconteceu de fato? A gente começou a estudar como são as composições. A gente começou a estudar métrica, a gente começou a estudar poema (...) o pessoal trouxe um monte de coisa (...) Nós simplesmente começamos a nos relacionar com esta matéria da qual a gente pretendia fazer alguma coisa - compor, enfim -, e desta relação, com este estudo, é que começaram a aparecer as composições. Aí eles ficaram sozinhos, aí eles começaram a trazer alguma coisa. Então isto não se produziu por decreto, do tipo: “se virem, façam sozinhos”5



‘Eu entro nesta questão da autonomia através dos estudos que a gente tem feito com o corpo, que nós temos usado diversas vezes como metáfora da cena. Por exemplo, a cabeça e a bacia. Cada uma tem funções muito diferentes e tem espaços que as separam, e há uma força tanto de atração quanto de repulsão. Se a cabeça fica independente da bacia, se ela rompe em nome da autonomia, ela perde as características de oposição. A função dela é dada em relação a oposição que ela faz à bacia. Então tem uma coisa aqui que é celebrar qual é a identidade e a diferença destas duas funções, perceber que todos têm que estar organizados dentro de um jogo, senão eles não são mais um corpo e não conseguem evoluir no aprendizado. 6



Disponibilidade para o diálogo



“... Nas minhas relações com os outros, que não fizeram necessariamente as mesmas opções que fiz, no nível da política, da ética, da estética, da pedagogia: nem posso partir do fato de que devo conquistá-los, nem tampouco temo que pretendam conquistar-me. É no respeito às diferenças entre mim e eles ou elas, na coerência entre o que faço e o que digo que me encontro com eles ou com elas”7



“Cabe ao ator ter CONSCIÊNCIA, FÉ no que está fazendo. Cabe ao ator ter a simplicidade, honestidade e verdade naquilo que fala. Cabe ao ator se divertir profundamente e seriamente durante sua atuação. Cabe ao ator escutar verdadeiramente seu colega de cena para poder reagir e falar o que tem que falar. A arte de escutar no palco é uma das tarefas mais difíceis para um ator. Aliás, na vida também não é fácil”.8



Do Programa



A Escola Livre de Teatro tem, para o curso de Formação à arte do Ator, uma grade de disciplinas próxima às usuais (Interpretação, Corpo, Voz, Música, Teoria). Entretanto, os conteúdos são “móveis” no sentido de que são mobilizados de acordo com o repertório dos mestres e do perfil específico de cada turma. Neste momento, por exemplo, temos em abordagem desde o realismo ao teatro épico brechtiano; dos jogos de improvisação ao estudo da Máscara; da estética teatral aos fundamentos da dramaturgia, etc. Igualmente, nos “Núcleos” que têm temas de trabalho específico os conteúdos estão colados à experiência artística do Mestre. Por exemplo, o curso de direção teatral acontece pautado pela pesquisa do seu coordenador, Luis Fernando Marques. O Núcleo de Estudos do Teatro Contemporâneo oferece um curso de Crítica teatral, e seu coordenador é o crítico Kil Abreu.



“Eu nunca entendi o sentido de se aprender logaritmos, mesmo o mundo me dizendo que um currículo escolar básico inclui a noção de logaritmos, e que se eu quisesse me dar por escolarizado eu deveria aprender logaritmos. O fato é que eu nunca aprendi. Meu fracasso logarítmico foi mais um dos muitos exercícios de submissão conformada a que a escola me impôs. Caminhava pelos corredores da instituição sem perceber que o “currículo normal” me obrigava a traçar um percurso de portas que, talvez, não fossem as escolhidas por mim se aquele espaço se interessasse pelo meu desejo.



A mesma sensação bovina tive na universidade, a sensação de aprendizado frio, formatado pela hipnose do senso comum. Mas enquanto nas salas-matadouro acontecia a reprodução da força de trabalho alienada, em outro lugar e ao mesmo tempo, um tipo de construção de conhecimento feito de forma coletiva, a partir dos impulsos e das curiosidades de indivíduos que tentavam produzir juntos, harmonizando suas originalidades, gerava a beleza potente e transformadora do conhecimento vivo. Este outro lugar era um grupo de teatro amador. “Uma sala de aula de teatro deve ter, em minha opinião, a atmosfera do grupo de teatro amador a que me referi”. 9



Demandas Atuais



CADERNO DA ELT – Retomar a publicação, interrompida desde o ano passado por conta de período eleitoral. Importante registro da experiência pedagógica da ELT, que pode servir como modelo para publicações semelhantes dos outros espaços de formação.



TEATRO CONCHITA DE MORAES COMO ESPAÇO PEDAGÓGICO - Um teatro que é, ao mesmo tempo, um espaço pedagógico. Usá-lo para eventos que cabem em auditórios é distorcer a função do espaço cultural. Deixá-lo ser invadido pelas montagens caça-níqueis de teatro infantil é ser cúmplice nessa deformação cultural que tais produtos promovem. Propomos ao Conchita de Moraes um projeto de uso do espaço que tenha como um de seus principais eixos de ação articular a produção dos serviços de Formação da SCEL (ELT, ELCV, EMIA, Centro de Dança, futuro Centro de Música), potencializando o diálogo e a programação partilhada. Anualmente, a Escola Livre de Teatro apresenta duas Mostras de Processos – Julho e Dezembro, além da temporada do espetáculo de formação, no trimestre Março/Abril/Maio. Propomos a ampliação dessa programação com a criação de um calendário de apresentações de exercícios e processos conjuntos, que possam servir de argamassa para um diálogo rico e fomentador dos serviços com a cidade e seus grupos de pesquisa continuada, estimulando trabalhos que se caracterizam por um pensamento cênico expressivo e arrojado.



MOSTRAS – Mostra Conjunta da produção das escolas. O período de final de semestre tem se mostrado, ao longo dos anos, o mais adequado.



AULAS ABERTAS – Em comum acordo, cada uma das escolas poderia planejar um determinado número de aulas abertas às outras escolas e à comunidade em geral. Fundamental que os conteúdos tenham amplo horizonte de interesse, tais como “Teatro Brasileiro”, “História do Cinema”, “Estrutura da Narrativa Clássica”, etc.



ALÔ, ALÔ, TEREZINHA – Projeto dos Aprendizes, de resgate da memória do bairro a partir dos relatos dos moradores, sobretudo os mais antigos. Tomando esse projeto como ponto de partida, é possível fazer um mapeamento histórico/geográfico dos bairros da cidade a partir de uma perspectiva humana, construindo vínculos consistentes porque afetivos com a comunidade do entorno.



ESCOLA LIVRE DE TEATRO



Prioridades



Pagamento da fatura ref. ao mês de dezembro – salário dos professores



Acelerar o processo da nova licitação



Manutenção/ Reforma do Teatro Conchita e ELT:



Revisão do sistema elétrico



Reforma do palco (está afundando)



Reforma da platéia (piso afundando, carpete deteriorado, poltronas idem)



Vestimenta cênica (está danificada devido a constantes goteiras)



Vara cênica/ contrapeso/ manivela (colocação)



Goteiras (persistem: no espaço do teatro e também da escola)



Tratamento acústico



Sistema de ventilação (colocar)



Limpeza de calhas e caixa d’água



Tratamento para impedir a entrada de pombos



Porta do camarim inferior/ esquerdo (quebrada) trocar



Porta banheiro do saguão (solta) recolocar



Entrada do galpão (madeira apodrecida)



Pintura interna e externa



Pára raios (não foram recolocados após reforma do telhado) recolocar



Mangueira de água bombeiros (consertar)



Manutenção de refletores (Rogério está fazendo o levantamento das necessidades)



Falta de lâmpadas (mistas e fluorescentes) comprar



Estoque de lâmpadas para refletores - comprar



Piso do vestiário feminino (esburacado) consertar



Armários dos vestiários alunos (amassados por vandalismo/ enferrujados) consertar e pintar



Colocação de suportes para papel toalha e papel higiênico



Colocação de assentos nos vasos sanitários



Colocação de araras (sala figurinos)



Fornecimento de copos descartáveis para o saguão do teatro



Verificação do alvará de funcionamento (bombeiros)



Outras Necessidades



Segurança externa (alunos, professores, funcionários e freqüentadores do teatro)



Guarda patrimonial



Material gráfico para divulgação dos espetáculos (cartazes, programas, filipetas, convites)



Verba de produção de espetáculos (cenários, figurinos, etc.)



Computador (o nosso é de 1998, com internet discada)



Banda larga



Compra de dois aparelhos de som portáteis para aulas ELT



Reforma dos colchões do circo



Compra de cama elástica para o circo



Atividades programadas para o ano de 2009/1o. Semestre



05 a 30 de janeiro – inscrições para novas vagas nos Núcleos de Formação do Ator, Teatro Laboratório, Montagem Circense, Pesquisa e Montagem em Teatro de Rua, Direção Teatral, História do Teatro, Pedagogia Teatral e Máscara.



Espaço físico: recepção da ELT e sala da administração. Funcionários: Sidnei Marcio (agente cultural), Elisabeth Del Conti (Coord. de Atividade de Cultura), Elisabete Lucas (operacional) e Luis Pereira (operacional GTIs). Necessidades: xérox das fichas para inscrições..



06 a 19 de fevereiro – processo de seleção de novos alunos.



Espaço físico: todas as salas de aula e galpão (todos os dias); palco (alguns dias). Funcionários: Todos acima mais os professores e supervisor. Necessidades: xérox dos textos que serão utilizados em sala de aula.



12 de janeiro a 06 de março – ensaios gerais do espetáculo Nekrópolis, pela turma 10 do Núcleo de Formação do Ator. Espaço físico: palco. Funcionários: Beth Del Conti e professores da turma (Juliana, Gustavo, Cris Gouveia, Mariana e Luis Mármora)



Necessidades: verba de produção (cenários e figurinos) e material gráfico para divulgação da temporada (cartazes, programas, filipetas)



02 de março – Semanão: dinâmicas coletivas e aulas conjuntas entre as turmas. No primeiro dia, aula magna do Prof. Alexandre Mate. Espaço físico: palco e salas de aula.



Funcionários: todos os professores e funcionários.



07 de março a 31 de maio – temporada do espetáculo Nekrópolis, aos sábados e domingos. Espaço físico: palco. Funcionários: Beth Del Conti, Bete Lucas, professores da turma mais dois técnicos (Rogério e Paulo).



09 de março – início do ano letivo. Espaço físico: todas as salas e palco. Funcionários: todos.



08, 09, 18, 19 e 20 de abril – apresentações das turmas 11 e 12, do Núcleo de Formação do Ator, na Mostra Experimentos Cênicos do TUSP. Funcionária responsável: Beth Del Conti Orientação dos alunos: Edgar Castro e Antônio Rogério Toscano. Necessidades: transporte do elenco e materiais (micro ônibus) e lanche.



11 a 19 de julho – Mostra de Processos da ELT. Espaço físico: todas as salas e palco. Funcionários: todos, mais dois técnicos (Rogério e Paulo). Necessidades: divulgação e hora extra para operacionais (finais de semana)



3. RELEASE DO ATO PÚBLICO REALIZADO NO PAÇO MUNICIPAL DE SANTO ANDRÉ, EM 11 DE SETEMBRO DE 2009



Escola Livre de Teatro de Santo André realiza Ato Público nesta sexta-feira



Movimento organizado por artistas de Santo André reivindica a permanência do processo artístico-pedagógico



A Escola Livre de Teatro de Santo André (ELT), projeto artístico-pedagógico que se firmou como referência para a formação de atores no Brasil e que se aproxima agora dos seus 20 anos de enraizamento na cidade, acaba de ter seu coordenador, o ator Edgar Castro, sumariamente demitido.



Nesta sexta-feira, onze de setembro, artistas representantes dos principais coletivos de artes cênicas das cidades de Santo André e São Paulo - entre os confirmados as atrizes Maria Alice Vergueiro e Leona Cavalli, o ator Antônio Petrin, os diretores Francisco Medeiros e Cibele Forjaz - farão um ato público em prol da manutenção do projeto artístico-pedagógico original, que se encontra ameaçado.



Internacionalmente conhecida por seu projeto inovador desde sua fundação, em 1990, a ELT foi idealizada pela artista-pedagoga Maria Thaís Lima Santos, (hoje professora doutora da USP e coordenadora do TUSP), e coerentemente transformada pela experiência e pelos diversos mestres que passaram por ela tais como: Luis Alberto de Abreu Antonio Araújo, Tiche Vianna, Francisco Medeiros, Cacá Carvalho, Renata Zhaneta, Cibele Forjaz, Cláudia Schapira, Denise Weinberg, Sergio de Carvalho.



Da palavra "Livre" - presente no nome da Escola - emerge um campo pedagógico próprio, que pressupõe o conceito de deliberação coletiva, derivado do contínuo diálogo entre mestres, aprendizes e funcionários (constituintes legítimos da comunidade ELT), num processo de não-hierarquização, radicalmente contrário a imposições.



Desde o final do ano passado, após a eleição do atual prefeito Dr. Aidan Ravin, a comunidade da Escola Livre de Teatro tem se reunido para conhecer o projeto cultural para a cidade de Santo André. Em 28 de novembro, organizou um ato público, o Encontro Cultural da Cidade, quando se esperava como convidado principal Dr. Aidan Ravin. O então futuro prefeito não compareceu, mas fez-se presente através de seus assessores e do vereador recém eleito Gilberto do Primavera, que firmou publicamente seu compromisso com a cultura da cidade e com a manutenção do projeto original da ELT.



No entanto, como primeira medida, designaram para escola uma nova coordenadora não pertencente ao quadro de mestres e desconhecedora do projeto em curso. Em assembléia geral da escola, em 3 de fevereiro de 2009, com a presença de toda comunidade ELT e da coordenadora, o atual Secretário de Cultura, Sr. Edson Salvo Melo, não só reiterou a continuidade do projeto artístico-pedagógico como também acenou a reforma física do prédio da ELT, readequando o espaço para as atuais necessidades da escola.



Passados oito meses da nova gestão, de contínuas tentativas de diálogo entre a comunidade, a coordenadora Sra. Eliana Gonçalves e os funcionários também recém transferidos para a escola, encontros mediados pelo coordenador Edgar Castro (mestre da escola há 11 anos), fomos surpreendidos por esta repentina demissão feita pelo diretor de cultura Sr. Pedro Botaro no dia oito de setembro.



No ato público os artistas entregarão uma carta ao Secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Sr. Edson Salvo Melo. A idéia é pedir que se reveja a demissão de Edgar Castro - escolhido democraticamente pela comunidade escolar e com ampla aderência de todos - e a que se possa dialogar sobre a presença da Sra. Eliana Gonçalves.







A concentração para o ato será às 14h em frente à ELT:



Praça Rui Barbosa s/ nº, bairro Santa Terezinha, Santo André.



Segue em passeata até o Paço Municipal de Santo André.



Os interessados também poderão participar do movimento que reivindica a manutenção do projeto pelo blog: http://www.movimentolivre-sa.blogspot.com/



4. CARTA ENTREGUE AO SECRETÁRIO DE CULTURA, ESPORTE E LAZER – EXMO. SR. EDSON SALVO MELO - E AO PREFEITO DE SANTO ANDRÉ – EXMO SR. AIDAN RAVIN - EM 11 DE SETEMBRO DE 2009



Exmo. Sr. Prefeito



Sr. Aidan Ravin



Exmo. Sr. Secretário de Cultura



Sr. Edson Salvo Melo



Nós, abaixo assinados, da comunidade Escola Livre de Teatro – centenas de mestres e aprendizes, cidadãos e cidadãs de Santo André, de outras cidades de São Paulo e do Brasil, atualmente abrigados na ELT - respeitosamente manifestamos, através deste documento, nossa profunda insatisfação com os rumos que foram tomados quanto ao que consideramos o mais essencial e precioso no projeto artístico e pedagógico da Escola.



Trata-se, como é de amplo conhecimento, de um projeto que vem sendo construído há vinte anos, e adotado como referência Brasil afora, sem distinção partidária – justamente porque há o entendimento de que o que nele interessa não interessa a um partido em particular, mas aos cidadãos em geral, estejam eles nesta ou naquela agremiação. Quando saímos agora às ruas, senhores, estamos imbuídos antes de tudo do espírito de defesa de um projeto e sua História, construído nestas duas décadas sob o trabalho árduo e a invenção radical - que colocou a ELT como um dos mais importantes laboratórios para o teatro paulista – como pode atestar o próprio painel teatral, onde os mais importantes expoentes, ARTISTAS, são ou estiveram ligados à Escola.



Queremos deixar claro e firmado neste documento (e esta é a palavra final da coletividade – amplamente discutida entre mestres e aprendizes) que nossa motivação ao protesto neste momento não se dá em função da predileção por este ou aquele nome, por esta ou aquela cor partidária. Pensamos à frente e consideramos que preservar o projeto dinâmico e complexo da Escola é um trabalho para o presente, mas também para as gerações futuras da cidade e do país. Nossa tentativa e pedido de reavaliação da Gestão quanto a isso tem estas bases e deve ser compreendida nestes termos.



Ressalvamos que, sempre que solicitado, o Senhor Secretário nunca se furtou ao diálogo conosco, e em vários episódios esforçou-se por elucidar os equívocos de comunicação. E ao contrário do que foi divulgado, o seu mais evidente interlocutor e defensor dentro da Escola foi justamente o mestre Edgar Castro, recentemente demitido. Contradição que não nos cabe elucidar, mas que talvez interesse. Escrevemos esta carta repletos da certeza de que seremos compreendidos, uma vez que a intenção de ambas as partes tem sido sempre a de criar as melhores condições para que a Escola funcione bem e sirva – como deve ser – aos interesses públicos e coletivos. Pois se esse é o desejo, concordamos e pactuamos com ele.



Tendo em vista os já decorridos oito meses da nova gestão, e evidenciando nossa ampla tolerância e tentativas de diálogo com relação a práticas administrativas em tudo distantes do que se afirmou nestes anos como o essencial ao projeto, chegamos a um ponto em que as contradições têm que vir a público, sob o risco de acabarmos nos acomodando em uma estrutura que desfigura tudo o que há de mais caro na nossa identidade artística, pedagógica e política. Elencamos abaixo algumas ações e práticas que consideramos incompatíveis e nocivas ao andamento sempre complexo, mas amplamente democrático e inventivo que vem marcando nossa vida escolar.



Da palavra "Livre" - presente no nome da Escola - emerge um campo pedagógico próprio, que pressupõe o conceito de deliberação coletiva, derivado do contínuo diálogo entre mestres, aprendizes e funcionários (constituintes legítimos da comunidade ELT), num processo de não-hierarquização, radicalmente contrário a imposições, especialmente quando elas surgem sem alicerces que justifiquem sua concretização.



Neste capítulo, evidenciou-se de maneira flagrante e muitas vezes constrangedora que a chegada da funcionária Eliana Gonçalves – certamente alguém da confiança do Executivo, o que nos parece uma operação legítima na governança - representou uma ruptura no processo de autonomia na pesquisa artístico-pedagógica e, sobretudo, política – naquele sentido do exercício DEMOCRÁTICO radical, do qual não abrimos mão. Mas chegamos, enfim, ao impasse. A constatação coletiva é a de que não podemos mais permitir continuidade à desestruturação diária dos pressupostos de trabalho criados e fortalecidos através de décadas. E de que a ingerência pouco esclarecida deve ser alterada – porque a convivência cotidiana deste confronto de idéias e de maneiras de ver a Formação na ELT vem desestruturando e desqualificando o que foi construído até aqui.



Basta observar a seqüência de fatos concretos, para que se perceba claramente que a atual administração não conseguiu nestes oito meses compreender o que é e o que significam do ponto de vista formativo as dinâmicas de convivência, trabalho e criação conjuntas característicos da Escola:



01. O desconhecimento total a respeito do mais elementar nas linguagens do teatro – conhecimento técnico e artístico – e dos profissionais ali presentes que, em sua maioria, não são de fato referências midiáticas, mas são todos referências na cena teatral nacional. E o desinteresse em conhecer verdadeiramente o processo do fazer teatral fundamentado neste equipamento. Muito diferente do que se tem argumentado, a competência técnica e o repertório até aqui apresentado restringem-se ao ensino formal e, ainda assim, permitam-nos, em coordenadas que nem mesmo as escolas mais antiquadas adotam mais. Da área de trabalho específica e urgente a este projeto até este momento não pudemos contar com nenhuma colaboração relevante.



02. A sua ausência no período noturno de funcionamento dos trabalhos, horário em que há o maior fluxo de aprendizes e mestres e, conseqüentemente, de demandas, impossibilitando um mínimo de aproximação afetiva e de diálogo.



03. O deliberado desprezo em relação aos momentos cruciais de tomada de decisões coletivas; sua reiterada falta de disposição para o debate, somada à quebra dos acordos feitos em reuniões com funcionários (nas quais participaram mestres e aprendizes), além das alterações no espaço funcional (alguns feitos sem prévia consulta à comunidade em período de recesso forçado), afetando diretamente o cotidiano dos aprendizes, tais como:



- Pintura das paredes da escola, certamente desejada, mas que foi realizada em período letivo, prejudicando a utilização do espaço durante as aulas, devido ao forte cheiro de tinta.



- Criação de duas copas separadas, eliminando o espaço de manufatura de adereços de cena e figurinos, alocando a copa de “alunos” numa área em condições não adequadas, onde transitam pombas e ratos. A “copa de funcionários” foi transferida para uma sala onde circulam fios elétricos de alta tensão, constituindo também um perigo a quem transita no local. Como se não bastasse, tal atitude é completamente contrária à criação do conceito de coletividade, trabalhada com muito apreço nesses quase 20 anos de ELT. Aqui há a substituição por atitudes e práticas com raiz na hierarquia surda e na separação anti-democrática de um campo COMUM da experiência formativa – que é central e inegociável para nós.



- Por fim, a sala de reuniões, materialização e símbolo do constante diálogo entre mestres, coordenação e aprendizes, foi alterada, transformada em sala de uso pessoal, eliminando concretamente o espaço de diálogo.



Obviamente, a intenção de limpeza e organização em que se baseiam os argumentos para essas mudanças certamente é bem vinda, mas o que ocorre neste caso são atitudes arbitrárias e pessoalizadas, calcadas em princípios de uso próprio e anti-democrático, não partilhados pelo coletivo ELT, ferindo nossos princípios pedagógicos.



04. A assustadora não-resposta às solicitações de diálogo feitas por todos os membros da Comunidade ELT (especialmente aprendizes e mestres), além de postura autoritária, omissa e por vezes agressiva nas poucas assembléias e reuniões em que esteve presente.



05. Atitudes inadequadas em relação às especificidades de cada um dos projetos criativos (materiais de cena que foram jogados fora sem nenhuma justificativa anterior; horários que foram desrespeitados; aprendizes que foram dispensados de aula sem prévia consulta ao mestre etc). O que significa, por um lado, o ignorar o uso prático e sensível de materiais da criação que, de fato, sob o olhar de alguém que não reconhece os processos teatrais nem a sua construção, podem parecer imprestáveis, mas que são fundamentais para os processos criativos.



06. A proposta de separação física e administrativa da ELT e do Teatro Conchita de Moraes, cujo espaço de extensão pedagógica foi pensado e estruturado desde sua reforma, em 1992. Esta idéia descabida foi, ao que parece, abandonada – devido ao seu total despropósito - sob a deliberação atenta do Senhor Secretário, que em tempo observou a necessidade e a pertinência das atividades da Escola em relação às do teatro.



07. A exigência de graduação superior aos professores, proposta que caminha em sentido radicalmente oposto à diversidade necessária ao projeto artístico-pedagógico da ELT, procurando deslegitimar este espaço como um lugar de experimentação artística, no qual mestres compartilham seus saberes baseados em suas pesquisas e experiências, na ativa e comprovada vivência teatral. Note-se que nos quadros há pesquisadores com extensa atividade artística, embora sem a graduação formal (ainda que premiados, inclusive internacionalmente), assim como há doutores e mestres formados nas melhores universidades do Brasil e que ministram aulas nas mais reconhecidas escolas de teatro do país (públicas e privadas).



08. A proposta de "re-adequação" da grade de horários e espaços físicos feita sem justificativa que contribua para o processo de formação artística e sem ouvir (sequer perguntar) sobre as necessidades de aprendizes, mestres e funcionários.



09. O equívoco na abordagem sobre a abertura de novas portarias e a possibilidade de transferência de encarregaturas, gerando especulações entre a equipe e abalando a relação desta, até então harmoniosa.



10. A renitente convicção de que a Escola necessitaria se adequar a um padrão inapropriado, trazido de fora para dentro, estranho à sua identidade arduamente constituída, e que mais se assemelha a uma antiquada imagem de anacrônico ensino formal e do serviço público em seu imaginário de antigas repartições, referências das quais a Escola Livre se compraz por ter superado.



Diante desses fatos, está instaurado um incômodo geral - notem, amplamente difundido na comunidade escolar, mestres e centenas de aprendizes - o que é muito negativo para o bom andamento de nossos trabalhos, transtornando o ambiente e atrapalhando o que de fato necessitamos fazer nesta escola: Teatro.



A Escola Livre de Teatro tem raiz na comunidade – seja no próprio processo de formação artística que a atende, seja nos espetáculos de seus aprendizes, que permanecem meses em cartaz, com ampla adesão do bairro, da cidade e de platéias vindas de outros lugares. Isso o Secretário pôde verificar pessoalmente. Mas esta relação se dá em bases de exigências artísticas rigorosas, que não barateiam os seus processos e tem respeito pelo cidadão, esteja ele na condição de aprendiz - no palco - ou espectador - na platéia.



Por todos estes aspectos acima expostos, solicitamos ao Executivo a reavaliação da demissão do coordenador e mestre Edgar Castro, que ajuda a construir a História da ELT há 11 anos de forma íntegra, inovadora e constante. Solicitamos também a transferência da funcionária Eliana Gonçalves para outro setor da municipalidade a que ela possa emprestar o seu conhecimento profissional de maneira efetivamente útil, segundo o seu perfil. Importante destacar que a Escola tem sim necessidade de funcionários que tornem ideal o seu funcionamento, porém devem estar afinados com os processos criativos e dinâmicas originais inerentes à formação crítica e poética do ator-criador da Escola Livre – que desde sempre foi um ponto distintivo de sua pedagogia.



Somos abertos à chegada do novo e nunca nos encastelamos em nossa diferença, mas desde que o novo esteja aberto ao diálogo e respeite nossa História, que não é apenas nossa, cidadãos, artistas e aprendizes que estão na ELT neste momento – mas a História de uma geração de artistas que dali saíram e continuarão saindo para ganhar os palcos brasileiros.



Comunidade ELT



Santo André, setembro/2009



5. ATO PÚBLICO EM 11 de SETEMBRO DE 2009



Ney Piacentini, presidente da Cooperativa Paulista de Teatro, sobre o Projeto da Escola Livre de Teatro:



“(...) é democrático, como o colega disse, é progressista, é inclusivo culturalmente, preza pela cidadania cultural, e todos nós sabemos - diretores, atores - o quão interessante é dividir a cena com pessoas que vêm da Escola Livre. Eu, como ator, já tive o prazer de dividir a cena na Cia. Do Latão com alguns atores que saíram da Escola Livre. Aprendi e eles devem ter aprendido um pouco com a gente também. Faço um apelo ao secretário pelo diálogo, que eu sei que se iniciou hoje de manhã, e que vai continuar. Faço um apelo para os colegas, que mantenham essa disponibilidade para o diálogo e pelo diálogo. É necessário que se aprofunde o conhecimento dessa experiência de quem está chegando. É necessário também que as pessoas da Escola Livre conheçam o projeto pedagógico-cultural que o Secretário talvez tenha na cabeça. É muito importante que a gente avance na negociação e consiga chegar a um denominador. Eu vou fazer um apelo histórico: o PTB é o partido que protagonizou uma tentativa de avanço histórico no país, no Brasil, com o Sr. João Goulart, que foi deposto pela ditadura. A cultura, naquele momento, no país, crescia muito: o Cinema Novo, a Música Popular Brasileira, a Bossa Nova, o Tropicalismo, nas artes plásticas, o Teatro de Arena, o Teatro Opinião, o Teatro Oficina, estavam lá! Nós somos filhos e Augusto Boal, nós somos filhos de Paulo Freire. E eu tenho certeza que o Secretário não vai negar essa experiência histórica. Muito obrigado.”



Lúcia Gayotto, Mestra de Voz da ELT, no ato de entrega da carta ao Secretário, diz:



“É com muita alegria que manifestamos a nossa certeza de que a atual Secretaria, compreendendo e apoiando integralmente o projeto pedagógico da Escola Livre, como demonstrou em inúmeras ações até agora, considerará a justiça e pertinência de nossas razões. O encontro de hoje de manhã, no palco do Teatro Conchita de Moraes, na Escola Livre, com o Secretário e alguns vereadores, também aqui presentes – obrigada – foi momento singular de diálogo aberto, motivo de comemoração para todos nós. Na segunda-feira estaremos de plantão, aguardando uma resposta que será dada a uma comissão de mestres e aprendizes da Escola Livre de Teatro de Santo André. Confiantes na beleza e na força do teatro como transmutador de realidades estagnadoras. Estamos convictos de que a atual Secretaria de Cultura compartilha conosco de nossos objetivos legítimos. Senhor Secretário, nós agradecemos a sua presença e a sua preciosa escuta de manhã e de agora e entregamos a carta e as assinaturas recolhidas, até este momento. Evoé!”


SR. EDSON SALVO MELO, Secretário de Cultura, Esporte e Lazer, em resposta às falas do coletivo Escola Livre:



“(...) O diálogo com a Secretaria (...) vai continuar existindo, em detrimento das divergências de opinião, porque é assim que a gente constrói uma democracia cultural. Falei isso hoje de manhã, vou ser repetitivo pra quem estava lá mas, pela primeira vez na história de Santo André, – o Antônio Petrin falou que conheceu todos os Secretários – mas, pela primeira vez, um Secretário ficou mais de duas horas discutindo com vocês, lá no Conchita (Teatro Conchita de Moraes) quando assumimos a gestão, e este procedimento pode ser repetido todas as vezes que precisar e que seja necessário, não tem problema nenhum. Em relação às Escolas Livres, no geral, a Escola Livre de Teatro, a de Cinema e Vídeo, a de Dança e a de Literatura, foi tomada uma decisão irreversível, creio eu, e que vem se comprovando com as ações da Secretaria e do Governo Aidan que é a da manutenção delas. Vou ser repetitivo para os que estavam lá, mas essa manutenção implica na manutenção do processo pedagógico, daquilo que, essencialmente, são as escolas, porque se não fosse pra ser assim não teria sentido haver a manutenção. Então, fizemos um esforço grande pra conseguir um orçamento maior, pra gente conseguir pagar os professores, até já discutimos isso no passado, existia alguns problemas de continuidade nos contratos, nós conseguimos refazê-los, mesmo com os atrasos. No caso da Escola Livre de Cinema e Vídeo, entregamos um prédio novo, adaptado, e pretendemos equipá-lo melhor ainda. Pretendemos ainda, nesse mandato, ver se damos um jeito na questão da reforma do Carlos Gomes, mas o prédio está lá, novo. Então, assim, a manutenção das Escolas, que é o grande fantasma que paira pra todos vocês, acredito eu, na sua essência, isso aí está garantido pela Secretaria de Cultura do Município e pelo Governo Aidan. Mudanças pontuais que aconteceram, realmente fiz nossa mea culpa de manhã, nessa questão da discussão anterior, né? Estou recebendo a carta, pedi uns dias pra gente conseguir se articular a respeito disso e na segunda-feira (14 de setembro de 2009) nós vamos ter um novo encontro com uma comissão menor do que essa daqui (...) que eu tenho certeza que vai ter o mesmo peso da que está aqui. Então, mais uma vez queria parabenizá-los pelo movimento, parabenizá-los pela articulação que eu não esperava diferente, porque sempre que a gente vê aquilo ameaçado, aquilo que a gente acredita ameaçado, é assim mesmo que deve se agir. Mas só ponho um “senão” aí: o projeto das Escolas Livres não está ameaçado. Não está ameaçado, de forma alguma. Vocês... peço, eu sei que palavras são fáceis de falar, o melhor é colocar isso em atos, mas peço a vocês que tenham a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer como uma aliado e um parceiro, mesmo que em determinados pontos as opiniões sejam divergentes, tenho certeza que cultura é comum pra todos. Obrigado a todos mais uma vez.”


6. DOCUMENTO DAS FUNÇÕES PEDAGÓGICAS E ADMINISTRATIVAS, ENTREGUE PELA COMUNIDADE ELT A COMISSÃO DE VEREADORES E A SECRETARIA DE CULTURA

Santo André, 01 de outubro de 2009

A/C Comissão de negociação da Câmara dos Vereadores de Santo André e Secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Sr. Edson Salvo Melo

Senhores,

Tendo em vista os recentes acontecimentos quanto à relação da ELT com a Prefeitura - que começaram, por decisão da Secretaria da Cultura, Esporte e lazer com a demissão do nosso coordenador pedagógico e prosseguiram, de nossa parte, com a manifestação pública em defesa do projeto original ocorrida no dia 11 de setembro e com a solicitação de transferência da atual supervisora administrativa (função antes inexistente em nossos quadros) , temos a considerar o seguinte:

- Referendamos este Fórum aberto na Câmara Municipal e avaliamos que ele é fundamental para a tentativa de solução dos pontos nevrálgicos do impasse que se criou. Pelo que foi deliberado até aqui nossa impressão é a de que não avançamos em todos os campos possíveis e esperados, apesar de – caso sejam sustentados os acordos verbais – termos retomado algumas conquistas que são definitivas para a sobrevivência da Escola nas coordenadas do seu projeto original : a readmissão do mestre antes desligado, a contratação de um novo coordenador pedagógico indicado pelo corpo de mestres e, sobretudo, o entendimento – pelo Secretário e sua equipe e pelos vereadores - dos fatores estruturais necessários ao desenvolvimento do que chamamos “pedagogia livre”, incluindo aqui o aspecto da gestão democrática, que em nosso entender está em total e indispensável sintonia com a prática pedagógica;

- Avaliamos, entretanto, que devido a complexidade da ação pedagógica em nosso dia-a-dia, será necessário que este Fórum referende os pontos essenciais do nosso modo de trabalho e convivência. Temos certeza que assim estaremos todos colaborando para a construção de um vínculo firme entre a Escola e os representes da Secretaria – o que, esperamos, aconteça em breve, para o bem do equipamento e da cidade. Trata-se de acordar paradigmas que serão úteis para nos orientar a todos agora, pontualmente, mas que serão úteis também ao futuro, tendo em vista as constantes e naturais mudanças na conjuntura.

- Para isso retomamos (abaixo) o que consideramos as questões mais elementares quanto à nossa vida escolar e quanto à definição das tarefas da Coordenação pedagógica e da Supervisão administrativa, segundo o que foi amplamente discutido nestes dias, seja neste fórum, seja nos encontros com o Secretário e sua equipe :

Quanto às coordenações - Como já foi afirmado pelo Secretário – e estamos de acordo com a proposição dele - Não existe o cargo “Coordenação geral da ELT”. Este princípio, o de uma coordenação geral, inventa um tipo de hierarquia que fere frontalmente a idéia primeira e indispensável à nossa gestão interna, pois faz subentender um lugar de poder “por sobre os demais”, quando efetivamente o que existe é um vínculo estreito entre mestres, coordenação pedagógica e a área administrativa e, destes, com os aprendizes. A estrutura gerencial da Escola compreende: Coordenação pedagógica e supervisão administrativa, que respondem cada qual a tarefas – específicas ou comuns - que elencaremos a seguir.

1) Quanto à Coordenação pedagógica

São funções e ações da Coordenação pedagógica:

- Planejar, executar, avaliar e acompanhar o plano pedagógico em todos os seus aspectos, em contato e discussão permanente com a Secretaria da Cultura, mestres, Coordenação administrativa, aprendizes e funcionários

- Fazer a mediação quando de impasses que envolvam as questões pedagógicas, se limitadas ao ambiente escolar interno. Levar tais questões a conhecimento da Secretaria de Cultura, se estas em algum aspecto extrapolarem o âmbito interno

- Decidir, a partir das demandas apresentadas pelos mestres e em contato com a Supervisão administrativa, sobre a grade das atividades – que compreende as aulas regulares e as atividades extras - , observando a pertinência entre estas e os espaços mais adequados para a sua execução

- Discutir e demandar junto à Supervisão administrativa todas as condições necessárias para a realização do plano pedagógico, seja no aspecto do uso dos espaços, seja em relação às exigências específicas de cada trabalho ou aula. Quando necessário, apresentar tais demandas, em conjunto com a Supervisão administrativa, à Secretaria da Cultura.

- Responsabilizar-se pela organização e cumprimento das tarefas acordadas em contrato de trabalho pelos mestres, especialmente quanto à carga horária estipulada, observando as dinâmicas próprias da ELT: as aulas regulares, os períodos estendidos de ensaios, as atividades extra-classe, os rodízios entre os mestres, as atividades interdisciplinares e as horas comprometidas no acompanhamento de mostras, montagens e correlatos. Fazer os informes necessários, quanto a isto, à Supervisão administrativa.

- Auxiliar prioritariamente, com os informes sobre a pedagogia específica da Escola e o perfil necessário aos seus mestres, quando da elaboração dos editais públicos de chamamento à contratação de profissionais para os quadros da ELT ou da substituição dos atuais contratados, ouvido o corpo de mestres.

2) Quanto à Supervisão administrativa

São funções e ações da Supervisão administrativa:

- Em relação ao projeto pedagógico original da ELT - O processo formativo neste equipamento não é o mesmo do ensino tradicional e , portanto, as relações de “ensino-aprendizagem” se dão em outras bases, que pedem atenção especial aos seguintes aspectos, quanto às tarefas da supervisão administrativa:

- Dedicar-se, sob a orientação da Coordenação pedagógica e sob o ponto de vista da estrutura material e espacial, às especificidades do plano criativo de cada turma, sem o que não será possível tratar de assuntos como o uso e a valorização de materiais, o uso dos espaços, as dinâmicas particulares de invenção dos experimentos cênicos . Por exemplo: a idéia de “sala de aula” - Se no ensino formal seria impensável uma aula na escada ou ensaios nos corredores da Escola, na ELT isso não só é possível, como é o esperado. Por isso trata-se de um lugar em que as paredes não representam fronteiras. Os processos pedagógicos acontecem dentro das salas, fora delas (já tivemos espetáculos montados e apresentados no banheiro, no galpão, na copa, nas escadas e, inclusive, no palco), assim como fora da Escola, no seu entorno e em outros lugares também, dependendo da experiência em pauta.

- Oferecer as melhores condições para que estes processos venham a termo

Sabemos que esta não é uma tarefa simples, nem para as coordenações, nem para o conjunto da comunidade, mas é fundamental à Supervisão administrativa um olhar generoso e cooperativo para a idéia deste grande espaço de múltiplos usos que é a Escola.

- Estar presente no período noturno de funcionamento dos trabalhos, horário em que há o maior volume de aprendizes e mestres e, conseqüentemente, de demandas. Se nas repartições públicas e escolas formais esta não é, de fato, uma exigência razoável, na ELT ela é fundamental, dado que o fluxo mais intenso da vida escolar acontece neste período.

- Participar dos Fóruns e assembléias da Escola, especialmente quando solicitada. Os Fóruns e assembléias são instâncias de participação coletiva da ELT e, portanto, de geração de demandas. É importante que a área administrativa esteja atenta a elas.

- Sugerir e operacionalizar a solução das questões internas pertinentes não de maneira isolada, mas sob a orientação da Coordenação pedagógica e em avaliação permanente com esta (ou dos mestres, se for o caso de questões mais pontuais).

- Cuidar dos encaminhamentos de ordem burocrática junto à Secretaria da Cultura, Esporte e Lazer – para o que contará com a assistência do agente cultural lotado na ELT - , em consonância com os indicativos, avaliações e necessidades apresentados pela Coordenação pedagógica, que observará as dinâmicas específicas de funcionamento da Escola para isto.

Questões gerais

- Quanto à nova coordenação pedagógica e à transição - Como havia sido apontado neste Fórum, será preciso delimitar um período de transição para que a nova coordenação pedagógica possa se apropriar adequadamente da função. Para isso, fica estabelecido o período que compreende 30 dias a partir de 20 de outubro, em que o antigo Coordenador pedagógico estará em trabalho conjunto com a nova coordenação

- Quanto ao uso dos espaços da Escola – Como foi apontado, sob a concordância do Sr. Secretário, retomaremos a configuração original do uso dos espaços, reestabelecendo os lugares de convivência coletiva, segundo o que for deliberado pelo conjunto da comunidade, o que inclui o ponto de vista da Coordenação administrativa, mas não apenas desta

- Quanto à relação entre a ELT e o Teatro Conchita de Moraes – Como já foi relatado, sob a aprovação do Sr. Secretário - o teatro é um espaço de extensão pedagógica da Escola, pensado e inclusive estruturado fisicamente nestes termos desde sua reforma, em 1992. Há de se relevar o fato de que o Teatro tem o seu próprio edital de ocupação, já aberto e efetivado em outras oportunidades. O referido edital foi criado para atender à demanda do teatro local, de maneira que a programação esteja em consonância com o cronograma das atividades escolares e com os princípios de rigor artístico que regem o equipamento.

- Quanto à exigência de graduação superior aos professores – Segundo a palavra do Secretário, estamos certos de que esta já não é mais uma questão, diante do argumento posto e amplamente debatido: a ELT é, antes da instituição acadêmica, um lugar de experimentação artística, no qual mestres compartilham seus saberes baseados em suas pesquisas e experiências, na ativa e comprovada vivência teatral, mas não necessariamente de origem acadêmica, ainda que premiados nacional e internacionalmente. Por outro lado, em nossos quadros há também artistas graduados e pós-graduados na academia e que ministram aulas nas mais reconhecidas escolas de teatro e universidades do país (USP, PUC, UNESP, etc).



- Questão dos funcionários – É função da Supervisão administrativa, informada pela Coordenação pedagógica, solicitar à Municipalidade a vinda de funcionários que tenham perfil para responder às mesmas tarefas listadas neste documento – o que está longe, neste momento, do ideal. Trata-se de uma questão a ser avaliada junto à Secretaria, posteriormente. Importante destacar que a Escola tem, sim, necessidade de funcionários que tornem ideal o seu funcionamento. Porém, estes devem estar afinados com o seu modo de operação a sua pedagogia. Por hora devemos acordar que o funcionário, na Escola, não toma deliberações que tenham relação com a pedagogia escolar sem prévia consulta à Coordenação Pedagógica ou aos mestres.

Por fim, que as idéias e proposições do governo ganhem espaço de diálogo com a Escola, notadamente através da sua coordenação pedagógica. Para nós este não é um momento apenas esperado, ele é necessário. A relação de conflito entre a ELT e a Secretaria de Cultura não é a nossa perspectiva. Por isso esperamos que possamos dar um salto para fora da crise, pensar no futuro próximo e, nele, a ampliação das nossas atividades. De nossa parte temos ainda muitos sonhos prontos para vir à luz. Temos certeza que a atual gestão também tem os seus planos e queremos abrir este canal para uma construção que seja comum, sempre na expectativa daquilo que será o melhor para a coisa pública, para a cidade e para os cidadãos.



7. SEMANA ELT em ALERTA

7.1. RELEASE DA SEMANA ELT em ALERTA

Escola Livre de Teatro de Santo André promove ocupação artística

A “Semana ELT em Alerta”, como foi chamada, começa nesta segunda-feira com diversas apresentações gratuitas de música, teatro e dança, além de mesa de debates com Luís Alberto de Abreu e Francisco Medeiros

De 21 a 25 de setembro a comunidade da Escola Livre de Teatro de Santo André (ELT) promove a Semana ELT em Alerta. O evento é uma Ocupação Artística em prol da Manutenção do Projeto Pedagógico da Escola, que está seriamente ameaçado.



Durante a semana, diversos coletivos teatrais e artistas que apóiam a causa se apresentarão nos espaços da Escola Livre de Teatro e Praça Rui Barbosa, no bairro de Santa Terezinha, Santo André. Farão parte da Semana, espetáculos de teatro e dança, atividades de literatura, apresentações musicais e performáticas, além de debates sobre políticas públicas culturais. Na mesa de debates do dia 23, o dramaturgo Luis Alberto de Abreu e o diretor Francisco Medeiros, discutirão sobre o projeto artístico-pedagógico da Escola.



No rol de convidados estão artistas de destaque na cena regional e nacional como a Cia. São Jorge de Variedades, Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, Brava Companhia, Teatro de Rocokóz, o escritor Marcelino Freire e o cantor Rubi.



Artistas e grupos participantes farão apresentações gratuitas em defesa da continuidade do projeto ELT, que se tornou referência para a formação de atores no Brasil e que está completando 20 anos de luta e existência. A Escola, que é autogerida pelo coletivo de mestres e aprendizes e escolhe democraticamente sua coordenação, ficou abalada no dia 08 de setembro de 2009, com a notícia de que seu coordenador pedagógico, o ator Edgar Castro - professor da escola há 11 anos - havia sido demitido sem justificativas.



Na sexta-feira, onze de setembro, mais de trezentos artistas representantes dos principais coletivos de artes cênicas das cidades de Santo André e São Paulo - entre eles as atrizes Maria Alice Vergueiro, Leona Cavalli, Georgete Fadel, o ator Antônio Petrim, a diretora Cibele Forjaz – fizeram uma passeata da Praça Rui Barbosa, sede da Escola, até o Paço Municipal, onde foi entregue uma carta de reivindicações ao Secretário de Cultura do município.



Ontem, dia 17, mais de cem artistas estiveram presentes na Câmara Municipal de Santo André, durante a Sessão Plenária. Os aprendizes Mário Augusto e Lílian Cardoso fizeram uso da Tribuna Livre para defender a continuidade do projeto da ELT e foram apoiados pela maioria absoluta dos vereadores.



O movimento repercutiu numa comissão de vereadores e membros da Comunidade ELT que dialogarão junto ao Poder Executivo, que vem negando todas as reivindicações da comunidade e descumprindo os prazos de resposta acordados em reunião, firmando a decisão de afastar Edgar Castro como coordenador e professor da Escola.



A comunidade não aceita essa decisão e por isso convida todos os cidadãos e cidadãs a participarem da Semana ELT em Alerta, uma mostra que reflete a diversidade estética e a profundidade ética que regem a práxis da Escola.


8. MOVIMENTO ELT EM ALERTA – ENDEREÇOS NA INTERNET

MOVIMENTO LIVRE S.A.

CARTAS E NOTAS DE APOIO AO MOVIMENTO ELT EM ALERTA





11. IMPRENSA E PRINCIPAIS BLOGS

Algumas matérias publicadas na imprensa, perante os últimos acontecimentos:

ABCD Maior, 26 de setembro de 2009, Cultura – “Dramaturgo defende ELT em Sto. André”

Folha de São Paulo, 24 de setembro de 2009 – “Escola-modelo de formação de atores atravessa crise”

Centro de Mídia Independente, 21 se detembro de 2009 – “Semana ELT em ALERTA! Ocupação Artística”

Carta Maior, 18 de setembro de 2009, Arte&Cultura – “Escola Livre de Teatro sob ameaça”

Diário do Grande ABC, 18 de setembro de 2009, Setecidades – “Comissão discute impasse na Escola Livre de Teatro”

Estação Notícia, 18 de setembro de 2009, Nossa Região –“Apesar de protestos, Paço de Sto. André busca solução com ELT”

ABCD Maior, 18 de setembro de 2009, Cultura – “ELT prepara Ocupação Artística”

Rede Brasil Atual, 18 de setembro de 2009, Cultura – “ELT é apaixonante, diz aprendiz”

Rede Brasil Atual, 18 de setembro de 2009, Cultura – “Artistas da ELT divulgam manifesto de repúdio”

O Estado de São Paulo, 17 de setembro de 2009, Caderno 2 – “Protesto paralisa Escola Livre de Santo André”

Rede Brasil Atual, 17 de setembro de 2009, Cultura – “Demissão na ELT pode ter motivação política”

Rede Brasil Atual, 17 de setembro de 2009, Cultura –“Prefeitura responde às reivindicações da ELT”

ABCD Maior, 16 de setembro de 2009, Cultura – “Nova reunião não resolve problema da ELT”

Rede Brasil Atual, 16 de setembro de 2009, Cultura – “Escola Livre de Teatro vive drama”

ABCD Maior, 14 de setembro de 2009, Cultura – “Escola Livre de Teatro continua sem resposta”

Diário do Grande ABC, 12 de setembro de 2009, Setecidades – “Alunos da Escola Livre de Teatro levam suas reinvidicações a secretário”

Estação Notícia, 12 de setembro de 2009, Política – “Depois de manifestação, alunos da ELT serão ouvidos por secretário de Cultura”

O Estado de São Paulo, 11 de setembro de 2009 – Nota no Caderno 2

ABCD Maior, 11 de setembro de 2009, Cultura – “Alunos de Teatro entregam carta a secretario em Sto. André”

Reportes Diário, 11 de setembro de 2009, Cultura – “Afastamento de coordenador da ELT será definido na segunda-feira”

Jornal Cruzeiro do Sul, 10 de setembro de 2009, Visuais – “Artistas da Grande São Paulo fazem Ato por projeto da ELT”

Diário do Grande ABC, 9 de setembro de 2009, Seteciades – “Prefeitura afasta coordenador da Escola Livre de Teatro”

ABCD Maior, 9 de setembro de 2009, Cultura – “Alunos da ELT preparam manifestação”

Cooperativa Paulista de Teatro, 9 de setembro de 2009, Notícias – “Manifestação na ELT”


Principais Blogs da Rede que publicaram notas e notícias sobre a ELT:

Cia. Dos Inventivos, em 29 de setembro de 2009 - http://ciadosinventivos.blogspot.com/

Teatro de Asfalto, em 29 de setembro de 2009 - http://teatrodeasfalto.blogspot.com/

Leandro Leite Leocadio, em 24 de setembro de 2009 - http://osdesmandamentos.blogspot.com/

Patrícia Leonadelli, em 24 de setembro de 2009 - http://dolcissima.zip.net/

Brava Companhia, em 23 de setembro de 2009 - http://blogdabrava.blogspot.com/

Poesia Maloqueirista, em 22 de setembro de 2009 – http://poesiamaloqueirista.blogspot.com

Marcos Damigo, em 21 de setembro de 2009 - http://sobreteatro.wordpress.com/

Fernandes Junior, em 19 de setembro de 2009 - http://atofalhoneura.blogspot.com/

Alberto Guzik, em 18 de setembro de 2009 - http://os.dias.e.as.horas.zip.net/

O Teatro Mágico, em 17 de setembro de 2009 - http://www.oteatromagico.mus.br/novo/notices/

Metaxis – USP, Teatro do Oprimido, em 16 de setembro de 2009 - http://metaxis.com.br/

Marcelo Tas, em 16 de setembro de 2009 - http://marcelotas.blog.uol.com.br/

Lucas Guedes, em 14 de setembro de 2009 - http://condussao.blogspot.com

Marcelino Freire, em 11 de setembro de 2009 - http://www.eraodito.blogspot.com/

Passa Palavra, em 11 de setembro de 2009 - http://passapalavra.info/

Fábio Vieira, em 11 de setembro de 2009 - http://fabioviera.blogspot.com/

Fábrica de Teatro do Oprimido (FTO), em 10 de setembro de 2009 - http://ftolondrina.blogspot.com/

Teatro Coletivo, em 10 de setembro de 2009 - http://teatrocoletivo.com.br

Jerônimo Neto, em 9 de setembro de 2009 - http://jeronimoneto.blog.terra.com.br/