MANIFESTO – MOVIMENTO DE GRUPOS DE TEATRO DE SANTO ANDRÉ
Num momento em que o teatro nacional se organiza no sentido de propor e viabilizar Leis eficazes e representativas das reais necessidades dos profissionais de teatro no Brasil, nós, artistas e profissionais do teatro e produtores culturais de Santo André firmamos nossa posição enquanto MOVIMENTO DE GRUPOS DE TEATRO DE SANTO ANDRÉ, autônomo, apartidário e articulado aos outros movimentos nacionais.
Reconhecendo a luta de nossos pares, em outros municípios e estados, como legítima em seus propósitos políticos e artísticos, assumimos a responsabilidade e a tarefa de gerir e pensar junto aos órgãos competentes a criação e a manutenção de uma Política Pública para o Teatro na cidade de Santo André.
Entendemos como Política Pública para o Teatro uma política que possibilite e fomente o ensino de artes, a formação do artista, e o exercício profissional. Reconhecemos que na cidade de Santo André há uma política que abarca essas duas primeiras etapas: o ensino e a formação. Isso pode ser visto com a criação e continuidade das EMIAS, CESAS, Escola Livre de Teatro, Escola Livre de Cinema e Escola Livre de Dança que tornaram-se referências no ensino das artes atraindo para a Cidade estudantes de todo o Brasil. O que queremos dizer é que além do investimento na formação do artista é também um dever do Poder Público garantir as condições do exercício profissional, criando bases para a gestão de grupos teatrais de pesquisa continuada, espaços de troca entre esses grupos, apresentação e circulação dos trabalhos dentro (além do eixo Conchita-Municipal) e fora da cidade de Santo André, buscando criar na cidade uma capacidade de auto-gestão cultural e a criação de um pólo teatral de qualidade através de uma política de ESTADO e não de GOVERNO.
Por isso, o Movimento de Grupos de Teatro de Santo André questiona o Fundo de Cultura e a Lei Loló como Políticas Públicas para o Teatro por se tratar de leis que não privilegiem a atuação continuada dos grupos de teatro, colocando nas mãos da iniciativa privada os mecanismos de criação, produção e circulação teatral.
O nosso manifesto é uma rede ao mesmo tempo estável e permeável, e que conecta a todos os artistas que virem-se representados neste nosso relato e reivindicações:
- Criação de uma Lei de Fomento para o Teatro na cidade de Santo André que contemple aos coletivos artísticos gestados nesse município
- Manutenção digna dos equipamentos teatrais públicos (Conchita de Moraes e Carlos Gomes)
- Programa e planejamento de circulação de espetáculos
- Mapeamento, reconhecimento e ampliação da dramaturgia local
- Viabilização do acesso público aos espetáculos e descentralização do eixo Conchita-Teatro Municipal
MOVIMENTO DE GRUPOS DE TEATRO DE SANTO ANDRÉ
SANTO ANDRÉ – ABRIL – 2008
Assinam esse Manifesto os Grupos: Cia. Teatro São Gonçalo, Cia. Olho Mágico, Teatro de Rocokóz, Teatro de Asfalto, Cia. Levante, Núcleo Arruaça!, Cia. Ocho Letras, Fundação Santo André, Teatro da Terra
